Em entrevista à TV 247, o jurista e filósofo disse que tanto os países desenvolvidos quanto os subdesenvolvidos praticam a mesma exploração entre classes, fazendo com que as elites enriqueçam com a produção dos trabalhadores. Assista
O jurista, filósofo e escritor Alysson Mascaro, professor da USP, debateu na TV 247 a organização capitalista do mundo que dá a alcunha de “periférico” e “subdesenvolvido” a países de acordo com o nível de exploração exercido em cada localidade.
O professor esclareceu que países ditos “desenvolvidos” não são necessariamente mais capazes que outros. Eles também estabeleceram uma relação de exploração entre as classes de suas sociedades. “A posição dos países e de suas economias na exploração não é uma posição de bem sucedidos e fracassados. É claro que para o sentimento comum da sociedade, nós sentimos, por exemplo, que o Brasil é uma sociedade que nos últimos anos só vê fracasso”.
“Nós somos bastante fracassados em uma certa medida de proteção do nosso interesse. No entanto, não estou dizendo que nós não tenhamos condições sociais como tem, por exemplo, a classe trabalhadora do norte do mundo e que nós sejamos piores do que ela. É outra dimensão, é o fato de que o capitalismo só tem centro porque tem periferia. Só tem desenvolvidos porque tem subdesenvolvidos. Então que o Brasil seja o que é, que a América seja o que é, que a África seja o que é não é somente a projeção do fracasso destas formações sociais ou destas sociedades, é também um plano geral de integração na lógica da acumulação”.
Há entre as elites mundiais, segundo Mascaro, uma espécie de acordo em prol da acumulação de riquezas, o que torna muito bom ser rico no Brasil. “Os dominantes econômicos do Brasil operam um papel muito previamente estabelecido e muito eficiente no concerto geral da acumulação mundial. As elites do Brasil ganham muito”.